Coordenação de História
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segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Relendo Macahé em Tratado Descritivo do Brasil de Gabriel Soares de Sousa
RELENDO MACAHÉ - TRATADO DESCRITIVO DO BRASIL
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segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1
Relendo Macahé em Viagem à Terra do Brasil 1
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sexta-feira, 22 de julho de 2011
COC Propostas do 2º Bimestre
História COC 2 bim 2011
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domingo, 19 de junho de 2011
VI Reunião Geral de História - Reprovação será o tema tratado
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Reprovação
quinta-feira, 16 de junho de 2011
1º Congresso Fluminense de História tem presença da Ms Ana Lúcia Nunes da SEMED
1 º Congresso Fluminense de História
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terça-feira, 7 de junho de 2011
A Antielitização Latino-americana - Revista Carta Capital
As elites latino-americanas enfrentam uma crise de identidade e estão vendo encurralada sua capacidade ideológica para transfigurar seus interesses privados em projetos políticos majoritários próprios ou afins. Essas elites perderam seus pontos de referência. Elas sempre se refugiaram e se legitimaram em seus vínculos com os países centrais e na promessa de trazer o exterior para o continente como modelo para a modernização do arcaico e do periférico. Mas olhar “para fora” hoje em dia não é motivo de muito entusiasmo. O artigo é de Amílcar Salas Oroño.
Amílcar Salas Oroño – Página/12
1. Boa parte das forças políticas opositoras latino-americanas evidenciam hoje uma crise de identidade. Encontram-se em um pântano de ideias, uma frustração frente a certas propostas políticas impulsionadas por alguns governos da região. Trata-se de uma situação que não é simplesmente de superfície: no fundo, ocorre que as elites latino-americanas estão vendo encurralada sua capacidade ideológica para transfigurar seus interesses privados em projetos políticos majoritários próprios ou afins. Neste sentido, um processo de antielitização latino-americana parece também estar constituindo a cena contemporânea.
2. O dilema para estas forças opositoras é que elas incorporaram quase como único e relevante princípio de ação aquilo que é indispensável para as elites: reeditar uma possível “harmonia” dos interesses sociais, tornarem-se os garantidores de uma sociedade sem conflitos na qual primem os mecanismos “naturais” de resolução de demandas, junto com as posições de privilégio. Frente às “desmedidas” dos governos, a importância prática do “equilíbrio”. Pode-se dizer que elites e forças opositoras se mimetizam, ou melhor, se complementam: os setores opositores funcionam como descarga discursiva das elites, com o apoio dos meios massivos de comunicação. Mas essa mesma pretensão do “fim dos conflitos” apresenta hoje em dia sérios problemas para relançar-se teoricamente em alguns países.
3. Não é no nível concreto da geração de riqueza ou em fatores de poder que as elites perderam terreno, mas sim em uma dimensão que também resulta fundamental para a dialética social: os imaginários coletivos. As elites não estão conseguindo atravessar e organizar discursivamente há algum tempo os diferentes níveis de linguagem das sociedades. Como dado eloquente, cabe destacar que as manchetes do Clarín e do La Nación, na Argentina, do ABC, no Paraguai, ou do Estadão e da Folha de São Paulo, no Brasil, já não geram a mesma comoção na opinião pública. Neste sentido, a capacidade das elites para promover uma extensão de seus (auto) princípios de legitimação – com seus valores, modelos de relações sociais e metas coletivas – está fortemente afetada; é como se uma brecha tivesse sido aberta entre suas interpretações e os imaginários coletivos.
Esta circunstância se deve, fundamentalmente, ao fato de que as elites periféricas perderam seus pontos de referência. Elas sempre se refugiaram e se legitimaram em seus vínculos com os países centrais e na promessa de trazer o exterior para o continente como modelo para a modernização do arcaico e do periférico. Mas olhar “para fora” hoje em dia não é motivo de muito entusiasmo: crises especulativas com prejuízos na casa dos bilhões, deslocamento forçado de contingentes de imigrantes, perseguições religiosas, modelos de sociedade baseados na redução salarial e no ataque a direitos adquiridos, ou então o avanço de valores como os que impulsionam o Tea Party, nos EUA, ou os partidos de direita na Suécia e na Hungria.
4. Esta desorientação habilita, por sua vez, o giro “antielitista”: arraigam-se outros princípios ordenadores nos imaginários latino-americanos. Há novos sentidos comuns e outras dinâmicas – e outras maneiras de descrevê-las – vinculados com as agendas públicas de certos países: se no Brasil, talvez pela primeira vez em sua história, percebe-se coletivamente a possibilidade de uma mobilidade social para os setores subalternos, isso se deve ao impacto de determinadas políticas, como a reversão da primazia do trabalho informal sobre o formal ou os milhões de novos estudantes que tiveram acesso à universidade; na Venezuela, o declarado “anti-imperialismo” cultural e institucional construiu, como mostram alguns estudos, outros tipos de interação e modelos de relações sociais, inclusive domésticas, a respeito do que implica uma sociedade do consumo; o mesmo poderia se dizer sobre o “bem viver” no Equador ou Bolívia, capítulos constitucionais que, burocraticamente, colocam reparos práticos às tentações neoextrativistas e, ao mesmo tempo, reasseguram sua particularidade política histórica: a inclusão de identidade indígena em seus projetos; ou na Argentina, onde a “democratização” de certos aspectos cotidianos, como o matrimônio igualitário ou a pluralidade da informação, reconfigura o caráter do significado do progresso pessoal.
5. Estas fórmulas, que lutam espiritualmente com outras não tão auspiciosas e também creditáveis aos governos em questão, atravessam os imaginários sociais e se incorporam aos universos simbólicos da cidadania, orientam e organizam a absorção das interpretações circulantes: de alguma maneira, constituem-se nas barreiras ideológicas que encontram as elites para impor suas ideias. Não se trata, como diz Beatriz Sarlo, de uma simples “batalha cultural”; deve reconhecer-se como um avanço político o fato de que os modelos societários das elites estejam sem possibilidades de movimento e capilaridade.
Isso não anula a debilidade e a falta de organicidade com as quais se dão as mudanças, ou que apareçam fricções no interior das coalizões governamentais: ocorre no Equador com a Aliança País e os movimentos sociais, com Dilma Rousseff e a bancada parlamentar do PMDB, ou entre o governo e a CGT na Argentina. Mas essas fricções não são em torno de outros mapas conceituais, como gostariam os meios de comunicação conservadores e as elites, mas sim no interior de um mesmo quadro de ideias – assumidos com maior ou menor honestidade pelos atores – precisamente aquele que, posto em movimento, gera uma antielitização das linguagens de baixo para cima.
6. Os imaginários sociais não são realidades secundárias: ali também se colocam questões chave para o futuro. Está claro que não há condições objetivas para uma radical “mudança de época” na América Latina. No entanto, há certas condições subjetivas, no plano dos imaginários, que parecem ter dado um salto otimista, e que são consequência da interação com certas políticas públicas; daí a crise de identidade e de perspectiva de certas elites e forças opositoras. A região apresenta uma diferença em relação a outras latitudes: ao invés de levantar muros entre comunidades, talvez seja o momento para assumir em sua verdadeira dimensão conceitual aquilo que está comprometido socialmente com a originalidade latino-americana; como insistia José Carlos Mariátegui: nem imitação, nem cópia...criação heroica.
(*) Professor do Instituto de Estudos da América Latina e Caribe, da Universidade de Buenos Aires.
Tradução: Katarina Peixoto
Amílcar Salas Oroño – Página/12
1. Boa parte das forças políticas opositoras latino-americanas evidenciam hoje uma crise de identidade. Encontram-se em um pântano de ideias, uma frustração frente a certas propostas políticas impulsionadas por alguns governos da região. Trata-se de uma situação que não é simplesmente de superfície: no fundo, ocorre que as elites latino-americanas estão vendo encurralada sua capacidade ideológica para transfigurar seus interesses privados em projetos políticos majoritários próprios ou afins. Neste sentido, um processo de antielitização latino-americana parece também estar constituindo a cena contemporânea.
2. O dilema para estas forças opositoras é que elas incorporaram quase como único e relevante princípio de ação aquilo que é indispensável para as elites: reeditar uma possível “harmonia” dos interesses sociais, tornarem-se os garantidores de uma sociedade sem conflitos na qual primem os mecanismos “naturais” de resolução de demandas, junto com as posições de privilégio. Frente às “desmedidas” dos governos, a importância prática do “equilíbrio”. Pode-se dizer que elites e forças opositoras se mimetizam, ou melhor, se complementam: os setores opositores funcionam como descarga discursiva das elites, com o apoio dos meios massivos de comunicação. Mas essa mesma pretensão do “fim dos conflitos” apresenta hoje em dia sérios problemas para relançar-se teoricamente em alguns países.
3. Não é no nível concreto da geração de riqueza ou em fatores de poder que as elites perderam terreno, mas sim em uma dimensão que também resulta fundamental para a dialética social: os imaginários coletivos. As elites não estão conseguindo atravessar e organizar discursivamente há algum tempo os diferentes níveis de linguagem das sociedades. Como dado eloquente, cabe destacar que as manchetes do Clarín e do La Nación, na Argentina, do ABC, no Paraguai, ou do Estadão e da Folha de São Paulo, no Brasil, já não geram a mesma comoção na opinião pública. Neste sentido, a capacidade das elites para promover uma extensão de seus (auto) princípios de legitimação – com seus valores, modelos de relações sociais e metas coletivas – está fortemente afetada; é como se uma brecha tivesse sido aberta entre suas interpretações e os imaginários coletivos.
Esta circunstância se deve, fundamentalmente, ao fato de que as elites periféricas perderam seus pontos de referência. Elas sempre se refugiaram e se legitimaram em seus vínculos com os países centrais e na promessa de trazer o exterior para o continente como modelo para a modernização do arcaico e do periférico. Mas olhar “para fora” hoje em dia não é motivo de muito entusiasmo: crises especulativas com prejuízos na casa dos bilhões, deslocamento forçado de contingentes de imigrantes, perseguições religiosas, modelos de sociedade baseados na redução salarial e no ataque a direitos adquiridos, ou então o avanço de valores como os que impulsionam o Tea Party, nos EUA, ou os partidos de direita na Suécia e na Hungria.
4. Esta desorientação habilita, por sua vez, o giro “antielitista”: arraigam-se outros princípios ordenadores nos imaginários latino-americanos. Há novos sentidos comuns e outras dinâmicas – e outras maneiras de descrevê-las – vinculados com as agendas públicas de certos países: se no Brasil, talvez pela primeira vez em sua história, percebe-se coletivamente a possibilidade de uma mobilidade social para os setores subalternos, isso se deve ao impacto de determinadas políticas, como a reversão da primazia do trabalho informal sobre o formal ou os milhões de novos estudantes que tiveram acesso à universidade; na Venezuela, o declarado “anti-imperialismo” cultural e institucional construiu, como mostram alguns estudos, outros tipos de interação e modelos de relações sociais, inclusive domésticas, a respeito do que implica uma sociedade do consumo; o mesmo poderia se dizer sobre o “bem viver” no Equador ou Bolívia, capítulos constitucionais que, burocraticamente, colocam reparos práticos às tentações neoextrativistas e, ao mesmo tempo, reasseguram sua particularidade política histórica: a inclusão de identidade indígena em seus projetos; ou na Argentina, onde a “democratização” de certos aspectos cotidianos, como o matrimônio igualitário ou a pluralidade da informação, reconfigura o caráter do significado do progresso pessoal.
5. Estas fórmulas, que lutam espiritualmente com outras não tão auspiciosas e também creditáveis aos governos em questão, atravessam os imaginários sociais e se incorporam aos universos simbólicos da cidadania, orientam e organizam a absorção das interpretações circulantes: de alguma maneira, constituem-se nas barreiras ideológicas que encontram as elites para impor suas ideias. Não se trata, como diz Beatriz Sarlo, de uma simples “batalha cultural”; deve reconhecer-se como um avanço político o fato de que os modelos societários das elites estejam sem possibilidades de movimento e capilaridade.
Isso não anula a debilidade e a falta de organicidade com as quais se dão as mudanças, ou que apareçam fricções no interior das coalizões governamentais: ocorre no Equador com a Aliança País e os movimentos sociais, com Dilma Rousseff e a bancada parlamentar do PMDB, ou entre o governo e a CGT na Argentina. Mas essas fricções não são em torno de outros mapas conceituais, como gostariam os meios de comunicação conservadores e as elites, mas sim no interior de um mesmo quadro de ideias – assumidos com maior ou menor honestidade pelos atores – precisamente aquele que, posto em movimento, gera uma antielitização das linguagens de baixo para cima.
6. Os imaginários sociais não são realidades secundárias: ali também se colocam questões chave para o futuro. Está claro que não há condições objetivas para uma radical “mudança de época” na América Latina. No entanto, há certas condições subjetivas, no plano dos imaginários, que parecem ter dado um salto otimista, e que são consequência da interação com certas políticas públicas; daí a crise de identidade e de perspectiva de certas elites e forças opositoras. A região apresenta uma diferença em relação a outras latitudes: ao invés de levantar muros entre comunidades, talvez seja o momento para assumir em sua verdadeira dimensão conceitual aquilo que está comprometido socialmente com a originalidade latino-americana; como insistia José Carlos Mariátegui: nem imitação, nem cópia...criação heroica.
(*) Professor do Instituto de Estudos da América Latina e Caribe, da Universidade de Buenos Aires.
Tradução: Katarina Peixoto
quarta-feira, 25 de maio de 2011
ARTIGO DA REVISTA DE HISTÓRIA DA BIBLIOTECA NACIONAL: "UM JAPÃO QUE NÃO VINGOU"
No final de 1907, um grupo de lavradores despertava curiosidade geral entre os moradores de Conceição de Macabu, distrito de Macaé, no interior do estado do Rio de Janeiro. Fisicamente diferentes, com roupas e costumes exóticos, língua incompreensível, eles trabalhavam duro nos limites da Fazenda de Santo Antônio, uma das maiores da região.
Eram todos japoneses, e ninguém jamais vira um japonês em carne e osso por ali. Ao contrário da maioria dos imigrantes que chegaram ao Brasil naquele período, não eram simples meeiros ou empregados de um latifúndio. Vieram comercializar por conta própria o que conseguissem plantar e colher, num sistema em que o Estado entrava com a terra e eles, com a produção. O grupo não era diferente só na origem asiática ou na forma pela qual tomaram posse da antiga fazenda. Foram protagonistas do primeiro projeto de colônia agrícola tocado com mão-de-obra nipônica no Brasil. Isto se deu sete meses antes da chegada a São Paulo do navio Kasato Maru, tido como marco oficial do início da imigração japonesa no país.
O destino desses imigrantes foi determinado pelo momento político e econômico que vivia seu país de origem. O progresso e a acelerada modernização experimentada durante a chamada Era Meiji — reinado do imperador Meiji Tenno (1868-1912), Mutsuhito para os ocidentais — e as vitórias militares contra a China (1894-1895) e a Rússia (1904-1905) haviam conferido ao Japão uma sensação de superioridade em relação aos outros países. Os japoneses sentiam-se imbuídos da missão de civilizar o mundo, e um bom projeto era conquistar as Américas. Não pela guerra, mas pelo exemplo e pela força de trabalho. Foi nesse clima de euforia que jornais de Tóquio divulgaram relatórios do ministro Sigimura (1848-1906), embaixador japonês no Brasil, discorrendo sobre o futuro da cafeicultura e a escassez de mão-de-obra nas lavouras daqui.
Os relatórios chamaram a atenção de Saburo Kumabe (1865-1926), que se transformaria em personagem-símbolo dessa era. Formado em Direito, Kumabe era juiz em Kagoshima. Apesar da vida estabilizada, resolveu deixar tudo e seguir para o Brasil, onde, proclamava, os súditos do império japonês deveriam demonstrar sua superioridade. Pediu aos governadores provinciais de seu país que lhe enviassem jovens com disposição de emigrar. Aos 41 anos, Kumabe embarcou para o Brasil em maio de 1906, no navio Sanuki-maru, acompanhado da esposa, Iho, do filho, Keiichi, e das filhas, Mitsu, Teru, Toki e Hide, além de outros japoneses.
Inicialmente, as coisas não deram certo para Kumabe e seu grupo, que acabou se dispersando. Ele e sua família tiveram de trabalhar como enroladores de cigarros em São Paulo. Até que, em 1907, surgiu a oportunidade que esperavam: foram contatados por Ryo Mizuno (1860-1951), que presidia a Companhia de Imigração Japonesa. Mizuno estava interessado em alocar no Brasil imigrantes de seu país. Sabendo dos projetos de Kumabe, propôs-lhe a formação de uma colônia agrícola no interior do estado do Rio de Janeiro. Kumabe levaria para lá seus parentes e mais um grupo de imigrantes. Travava-se de um projeto inédito no Brasil. E, sobretudo, dificultoso, já que os japoneses não tinham familiaridade com o clima nem com os costumes brasileiros.
O local da empreitada foi definido a partir de um acordo com o governo do Rio de Janeiro. Em 3 de agosto de 1907, o jornal O Lynce informou que Mizuno visitara Macaé com um grupo de imigrantes para conhecer a Fazenda Santo Antônio, em Conceição de Macabu. “A fazenda, adquirida pelo governo do estado, se for aprovada pelos visitantes, será escolhida para receber colonos de origem japonesa”, publicou O Lynce. Mizuno, ao que parece, gostou do lugar. A família Kumabe, seguida de Ryoichi Yasuda, Shinkichi Arikawa e Tamezo Nishizawa, chegou a Macaé no dia 29 de novembro, fato também noticiado por O Lynce, na edição do dia 30: “Esses imigrantes”, escreveu o repórter, “são os primeiros que vão se localizar na Fazenda Santo Antônio, recentemente adquirida pelo governo fluminense para a instalação de uma colônia japonesa, conforme contrato celebrado com a Cia. de Imigração Japonesa”.
No dia 1º de dezembro, os imigrantes começaram a fazer um levantamento da propriedade. Era um latifúndio de mais de 3.200 hectares, com mananciais de água, florestas, paióis de milho e café, moinhos de farinha de mandioca e milho, estábulo, casa-grande e senzala do tempo da escravidão, capela e alambique. À primeira vista, uma propriedade com muitas condições favoráveis ao progresso de uma colônia agrícola. E eles puseram-se a trabalhar com o afinco e a coragem necessários para prosperar em um país estranho, cuja língua não entendiam. Em matéria de coragem, aliás, tinham tradição. Alguns imigrantes vinham de conhecidos clãs de guerreiros. A senhora Iho, esposa de Kumabe, descendia de uma família de samurais: os Tsuneoka, da província de Kanagawa. Outro imigrante descendente de samurais era Yusabugo Yamagata (1860-1924), da tradicional família Kobayashi, da província de Nagasaki.
A presença dos orientais logo chamou a atenção dos moradores de Conceição de Macabu, a vila mais próxima, com pouco mais de mil habitantes, servida na época pelo ramal ferroviário da Leopoldina Railway Company. Depoimentos colhidos durante recente pesquisa no local mostram o quanto a população de fato os estranhou. Dona Maria Magnólia da Conceição (1890-1999), filha e neta de feitores de escravos, comentou certa vez a respeito dos hábitos para ela exóticos dos japoneses. Comiam arroz e peixe em tigelas e se vestiam de maneira diferente. As crianças da colônia, para estudar, andavam até oito quilômetros por dia, cruzando pântanos e percorrendo trilhas desertas, até a escolinha de uma fazenda da região. O historiador Herculano Gomes da Silva, cujo pai tinha um comércio de secos e molhados no lugar, relembra histórias que os mais velhos contavam, segundo as quais japoneses eram vistos com freqüência circulando pela vila, vendendo arroz e artesanato e adquirindo mercadorias, como sal, querosene, ferramentas, tecidos, agulhas e linhas.
A colônia produziu leite e derivados, além de milho, feijão e arroz. Este era plantado nas inúmeras várzeas da propriedade, chegando a duas colheitas por ano. Com o passar do tempo, porém, os imigrantes foram desistindo do projeto. Outros japoneses foram enviados ao local pela Companhia de Imigração, mas também abandonaram a propriedade. A colônia acabou em 1912, quando Saburo Kumabe e sua família partiram. A exaustão do solo, a falta de apoio governamental e o desinteresse da Companhia de Imigração Japonesa levaram ao fracasso da experiência.
Mas não só isso. Vários colonos padeceram com a malária e houve crônicos ataques de saúvas às plantações. “O fato de ele [Kumabe] ter permanecido durante cinco anos, até o ano de 1912, nessa árida Fazenda Santo Antônio, a meu ver sem nenhum futuro e infestada de saúva e malária, deixa-me admirado pela perseverança, que a mim parece até temerária”, escreveu Teijiro Suzuki, em Umoreyuku Takujin no Sokuseki (“Rastros dos pioneiros que estão se apagando”), de 1969.
O Jornal Paulista, em reportagem de 1955, não poupa críticas a Ryo Mizuno, o presidente da Companhia de Imigração Japonesa, considerado um dos grandes responsáveis pela imigração maciça de japoneses para o Brasil. Segundo o periódico, Mizuno, como parte de um esquema de propaganda para atrair mais imigrantes de seu país, “publicou fotos da família Kumabe na revista japonesa Taiyo, apresentando-os como imigrantes japoneses bem-sucedidos no Brasil”. Mas, na prática, abandonou a colônia à própria sorte.
Diante de tamanhas dificuldades, restou a Saburo Kumabe abandonar o projeto e empenhar-se por um futuro digno para seus filhos, o que, de certa forma, conseguiu. Duas de suas filhas se formaram professoras em 1918. Um ano depois, naturalizaram-se brasileiras para serem efetivadas como titulares. Foram as primeiras japonesas a se formar em uma escola secundária no Brasil. Outro pioneiro da Santo Antônio, Ryoichi Yassuda (1879-1971), também viu seus esforços refletidos nos descendentes. Seu filho, Fábio Yassuda, foi o primeiro nissei a ocupar um ministério: o da Indústria e Comércio, no governo Médici, em 1969.
O sonho de criar no exterior um mundo novo, provando que o desenvolvimento da Era Meiji se explicava pela tenacidade e pelo talento de uma raça de homens superiores, caiu por terra. A realidade mostrou aos imigrantes que não bastava a vontade de vencer. Mas a história não termina aí. Em 1908, outro grupo de japoneses chegou ao porto de Santos a bordo do Kasato Maru. Eram 781 imigrantes. Como os da Fazenda Santo Antônio, também vieram para trabalhar no campo. Dessa vez, com reais possibilidades de êxito.
Marcelo Abreu Gomes é professor de História e Manifestações da Cultura Popular das redes pública e privada de ensino de Macaé e Conceição de Macabu. Autor do livro Antes do Kasato Maru (Gráfica Macuco, 2008).
Saiba Mais - Livros:
CLAVELL, James. Xogum – A Gloriosa saga do Japão. Rio de Janeiro: Editora Record, 1996.
LESSER, Jeffrey. Negociando a Identidade Nacional: Imigrantes, Minorias e a Luta pela Etnicidade no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 2001.
SAITO, Hiroshi. A Presença Japonesa no Brasil. São Paulo: TA Queiroz/Edusp,1980.
Saiba Mais - Filmes:
“Gaijin – Os caminhos da liberdade” (dir. Tizuka Yamasaki). Brasil, 1980. Embrafilme.
“Gaijin – Ama-me como sou” (dir. Tizuka Yamasaki). Brasil, 2005. Globo Vídeo.
Saiba Mais - Sites:
www.centenario2008.org.br
www.fjsp.org.br/guia/cap01_a3.htm
www.imigracaojaponesa.com.br
Eram todos japoneses, e ninguém jamais vira um japonês em carne e osso por ali. Ao contrário da maioria dos imigrantes que chegaram ao Brasil naquele período, não eram simples meeiros ou empregados de um latifúndio. Vieram comercializar por conta própria o que conseguissem plantar e colher, num sistema em que o Estado entrava com a terra e eles, com a produção. O grupo não era diferente só na origem asiática ou na forma pela qual tomaram posse da antiga fazenda. Foram protagonistas do primeiro projeto de colônia agrícola tocado com mão-de-obra nipônica no Brasil. Isto se deu sete meses antes da chegada a São Paulo do navio Kasato Maru, tido como marco oficial do início da imigração japonesa no país.
O destino desses imigrantes foi determinado pelo momento político e econômico que vivia seu país de origem. O progresso e a acelerada modernização experimentada durante a chamada Era Meiji — reinado do imperador Meiji Tenno (1868-1912), Mutsuhito para os ocidentais — e as vitórias militares contra a China (1894-1895) e a Rússia (1904-1905) haviam conferido ao Japão uma sensação de superioridade em relação aos outros países. Os japoneses sentiam-se imbuídos da missão de civilizar o mundo, e um bom projeto era conquistar as Américas. Não pela guerra, mas pelo exemplo e pela força de trabalho. Foi nesse clima de euforia que jornais de Tóquio divulgaram relatórios do ministro Sigimura (1848-1906), embaixador japonês no Brasil, discorrendo sobre o futuro da cafeicultura e a escassez de mão-de-obra nas lavouras daqui.
Os relatórios chamaram a atenção de Saburo Kumabe (1865-1926), que se transformaria em personagem-símbolo dessa era. Formado em Direito, Kumabe era juiz em Kagoshima. Apesar da vida estabilizada, resolveu deixar tudo e seguir para o Brasil, onde, proclamava, os súditos do império japonês deveriam demonstrar sua superioridade. Pediu aos governadores provinciais de seu país que lhe enviassem jovens com disposição de emigrar. Aos 41 anos, Kumabe embarcou para o Brasil em maio de 1906, no navio Sanuki-maru, acompanhado da esposa, Iho, do filho, Keiichi, e das filhas, Mitsu, Teru, Toki e Hide, além de outros japoneses.
Inicialmente, as coisas não deram certo para Kumabe e seu grupo, que acabou se dispersando. Ele e sua família tiveram de trabalhar como enroladores de cigarros em São Paulo. Até que, em 1907, surgiu a oportunidade que esperavam: foram contatados por Ryo Mizuno (1860-1951), que presidia a Companhia de Imigração Japonesa. Mizuno estava interessado em alocar no Brasil imigrantes de seu país. Sabendo dos projetos de Kumabe, propôs-lhe a formação de uma colônia agrícola no interior do estado do Rio de Janeiro. Kumabe levaria para lá seus parentes e mais um grupo de imigrantes. Travava-se de um projeto inédito no Brasil. E, sobretudo, dificultoso, já que os japoneses não tinham familiaridade com o clima nem com os costumes brasileiros.
O local da empreitada foi definido a partir de um acordo com o governo do Rio de Janeiro. Em 3 de agosto de 1907, o jornal O Lynce informou que Mizuno visitara Macaé com um grupo de imigrantes para conhecer a Fazenda Santo Antônio, em Conceição de Macabu. “A fazenda, adquirida pelo governo do estado, se for aprovada pelos visitantes, será escolhida para receber colonos de origem japonesa”, publicou O Lynce. Mizuno, ao que parece, gostou do lugar. A família Kumabe, seguida de Ryoichi Yasuda, Shinkichi Arikawa e Tamezo Nishizawa, chegou a Macaé no dia 29 de novembro, fato também noticiado por O Lynce, na edição do dia 30: “Esses imigrantes”, escreveu o repórter, “são os primeiros que vão se localizar na Fazenda Santo Antônio, recentemente adquirida pelo governo fluminense para a instalação de uma colônia japonesa, conforme contrato celebrado com a Cia. de Imigração Japonesa”.
No dia 1º de dezembro, os imigrantes começaram a fazer um levantamento da propriedade. Era um latifúndio de mais de 3.200 hectares, com mananciais de água, florestas, paióis de milho e café, moinhos de farinha de mandioca e milho, estábulo, casa-grande e senzala do tempo da escravidão, capela e alambique. À primeira vista, uma propriedade com muitas condições favoráveis ao progresso de uma colônia agrícola. E eles puseram-se a trabalhar com o afinco e a coragem necessários para prosperar em um país estranho, cuja língua não entendiam. Em matéria de coragem, aliás, tinham tradição. Alguns imigrantes vinham de conhecidos clãs de guerreiros. A senhora Iho, esposa de Kumabe, descendia de uma família de samurais: os Tsuneoka, da província de Kanagawa. Outro imigrante descendente de samurais era Yusabugo Yamagata (1860-1924), da tradicional família Kobayashi, da província de Nagasaki.
A presença dos orientais logo chamou a atenção dos moradores de Conceição de Macabu, a vila mais próxima, com pouco mais de mil habitantes, servida na época pelo ramal ferroviário da Leopoldina Railway Company. Depoimentos colhidos durante recente pesquisa no local mostram o quanto a população de fato os estranhou. Dona Maria Magnólia da Conceição (1890-1999), filha e neta de feitores de escravos, comentou certa vez a respeito dos hábitos para ela exóticos dos japoneses. Comiam arroz e peixe em tigelas e se vestiam de maneira diferente. As crianças da colônia, para estudar, andavam até oito quilômetros por dia, cruzando pântanos e percorrendo trilhas desertas, até a escolinha de uma fazenda da região. O historiador Herculano Gomes da Silva, cujo pai tinha um comércio de secos e molhados no lugar, relembra histórias que os mais velhos contavam, segundo as quais japoneses eram vistos com freqüência circulando pela vila, vendendo arroz e artesanato e adquirindo mercadorias, como sal, querosene, ferramentas, tecidos, agulhas e linhas.
A colônia produziu leite e derivados, além de milho, feijão e arroz. Este era plantado nas inúmeras várzeas da propriedade, chegando a duas colheitas por ano. Com o passar do tempo, porém, os imigrantes foram desistindo do projeto. Outros japoneses foram enviados ao local pela Companhia de Imigração, mas também abandonaram a propriedade. A colônia acabou em 1912, quando Saburo Kumabe e sua família partiram. A exaustão do solo, a falta de apoio governamental e o desinteresse da Companhia de Imigração Japonesa levaram ao fracasso da experiência.
Mas não só isso. Vários colonos padeceram com a malária e houve crônicos ataques de saúvas às plantações. “O fato de ele [Kumabe] ter permanecido durante cinco anos, até o ano de 1912, nessa árida Fazenda Santo Antônio, a meu ver sem nenhum futuro e infestada de saúva e malária, deixa-me admirado pela perseverança, que a mim parece até temerária”, escreveu Teijiro Suzuki, em Umoreyuku Takujin no Sokuseki (“Rastros dos pioneiros que estão se apagando”), de 1969.
O Jornal Paulista, em reportagem de 1955, não poupa críticas a Ryo Mizuno, o presidente da Companhia de Imigração Japonesa, considerado um dos grandes responsáveis pela imigração maciça de japoneses para o Brasil. Segundo o periódico, Mizuno, como parte de um esquema de propaganda para atrair mais imigrantes de seu país, “publicou fotos da família Kumabe na revista japonesa Taiyo, apresentando-os como imigrantes japoneses bem-sucedidos no Brasil”. Mas, na prática, abandonou a colônia à própria sorte.
Diante de tamanhas dificuldades, restou a Saburo Kumabe abandonar o projeto e empenhar-se por um futuro digno para seus filhos, o que, de certa forma, conseguiu. Duas de suas filhas se formaram professoras em 1918. Um ano depois, naturalizaram-se brasileiras para serem efetivadas como titulares. Foram as primeiras japonesas a se formar em uma escola secundária no Brasil. Outro pioneiro da Santo Antônio, Ryoichi Yassuda (1879-1971), também viu seus esforços refletidos nos descendentes. Seu filho, Fábio Yassuda, foi o primeiro nissei a ocupar um ministério: o da Indústria e Comércio, no governo Médici, em 1969.
O sonho de criar no exterior um mundo novo, provando que o desenvolvimento da Era Meiji se explicava pela tenacidade e pelo talento de uma raça de homens superiores, caiu por terra. A realidade mostrou aos imigrantes que não bastava a vontade de vencer. Mas a história não termina aí. Em 1908, outro grupo de japoneses chegou ao porto de Santos a bordo do Kasato Maru. Eram 781 imigrantes. Como os da Fazenda Santo Antônio, também vieram para trabalhar no campo. Dessa vez, com reais possibilidades de êxito.
Marcelo Abreu Gomes é professor de História e Manifestações da Cultura Popular das redes pública e privada de ensino de Macaé e Conceição de Macabu. Autor do livro Antes do Kasato Maru (Gráfica Macuco, 2008).
Saiba Mais - Livros:
CLAVELL, James. Xogum – A Gloriosa saga do Japão. Rio de Janeiro: Editora Record, 1996.
LESSER, Jeffrey. Negociando a Identidade Nacional: Imigrantes, Minorias e a Luta pela Etnicidade no Brasil. São Paulo: Editora Unesp, 2001.
SAITO, Hiroshi. A Presença Japonesa no Brasil. São Paulo: TA Queiroz/Edusp,1980.
Saiba Mais - Filmes:
“Gaijin – Os caminhos da liberdade” (dir. Tizuka Yamasaki). Brasil, 1980. Embrafilme.
“Gaijin – Ama-me como sou” (dir. Tizuka Yamasaki). Brasil, 2005. Globo Vídeo.
Saiba Mais - Sites:
www.centenario2008.org.br
www.fjsp.org.br/guia/cap01_a3.htm
www.imigracaojaponesa.com.br
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Marcelo Abreu Gomes
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Ascensão do III Reich
As eleições nacionais de 1919 marcaram uma derrota parcial dos social-democratas, considerados responsáveis pela fome que se alastra na Alemanha. Para manterem-se no poder, aliaram-se aos católicos e aos burgueses liberais.
Em 1919, foi fundado o Partido Nazista, que teve como chefe Adolf Hitler, austríaco que lutara no exército alemão. No mesmo ano, foi votada a nova Constituição da Alemanha. Estabelecia uma federação de 23 Estados, que passavam a ter uma Constituição democrática, enviando seus delegados a uma Assembléia Nacional. O Reichrast.
O presidente da República seria eleito por sete anos mediante voto direto universal. Tinha por função comandar o exército, indicar os ministros, dissolver o Reichstag se necessário e convocar novas eleições.De 1919 até 1929, a chamada República de Weimar enfrentou enormes dificuldades. Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas e de um conselho de patrões e empregados criado para orientar a política econômica do país, a miséria e a fome orientar a política econômica do país, a miséria e a fome abatiam-se sobre a Alemanha em conseqüência da contínua desvalorização monetária, provocada por necessidade de pagar as repartições de guerra aos aliados franceses tornou a situação ainda mais crítica. Em 1923, a inflação era galopante.
Hendenburg foi eleito presidente em 1925, substituição a Ebert, falecido. A recuperação da Alemanha era bem frágil. A crise econômica mundial de 1929 demonstrando esse fato, pois permitiria a ascensão ao poder do líder do Partido Nazista, Adolf Hitler. Ele se utilizou do descontentamento dos alemães com o governo para obter mais adeptos. O Partido Nazista imitou o Partido Fascista: tinha tropas de choque e empregava métodos violentos contra socialistas, comunistas e judeus, além de perseguir sindicatos e jornais.
Em 1923, a França invadiu o centro industrial da Alemanha. Para forçar sua retirada, o governo alemão incentivou a greve na região e passou a pagar parte dos salários, aumentando a inflação. O desespero aumentou o número de adeptos do Partido Nazista. Hitler iniciou então uma revolução em Munique, mas fracassou, e ficou preso por alguns meses. Ele afirmava que os lemas eram superiores em termos raciais, e que o nazismo deveria conduzir o mundo.
Pregava a necessidade de se manter a pureza da raça ariana, eliminando de se manter a pureza da raça ariana, eliminando os judeus da Alemanha. Os judeus eram acusados de capitalistas, que enfraqueciam a Alemanha.
Quando Hitler chegou a poder, utilizou-se de suas tropas de choque para se livrar de adversários políticos. E em 1932 elegeu 230 deputados de seu partido. Em 1934, morreu o presidente alemão. Hitler, que assumiria em 1933 como primeiro-ministro, impôs uma ditadura violenta.
Pessoas de destaque da oposição foram enviadas para campos de concentração. Todos os estados ficaram centralizados pelas ordens de Hitler. Os judeus perderam a cidadania e passaram a ser perseguidos. Todos eram obrigados a exercer a doutrina nazista.
Em 1919, foi fundado o Partido Nazista, que teve como chefe Adolf Hitler, austríaco que lutara no exército alemão. No mesmo ano, foi votada a nova Constituição da Alemanha. Estabelecia uma federação de 23 Estados, que passavam a ter uma Constituição democrática, enviando seus delegados a uma Assembléia Nacional. O Reichrast.
O presidente da República seria eleito por sete anos mediante voto direto universal. Tinha por função comandar o exército, indicar os ministros, dissolver o Reichstag se necessário e convocar novas eleições.De 1919 até 1929, a chamada República de Weimar enfrentou enormes dificuldades. Apesar das reformas trabalhistas que limitavam o tempo de trabalho a oito horas e de um conselho de patrões e empregados criado para orientar a política econômica do país, a miséria e a fome orientar a política econômica do país, a miséria e a fome abatiam-se sobre a Alemanha em conseqüência da contínua desvalorização monetária, provocada por necessidade de pagar as repartições de guerra aos aliados franceses tornou a situação ainda mais crítica. Em 1923, a inflação era galopante.
Hendenburg foi eleito presidente em 1925, substituição a Ebert, falecido. A recuperação da Alemanha era bem frágil. A crise econômica mundial de 1929 demonstrando esse fato, pois permitiria a ascensão ao poder do líder do Partido Nazista, Adolf Hitler. Ele se utilizou do descontentamento dos alemães com o governo para obter mais adeptos. O Partido Nazista imitou o Partido Fascista: tinha tropas de choque e empregava métodos violentos contra socialistas, comunistas e judeus, além de perseguir sindicatos e jornais.
Em 1923, a França invadiu o centro industrial da Alemanha. Para forçar sua retirada, o governo alemão incentivou a greve na região e passou a pagar parte dos salários, aumentando a inflação. O desespero aumentou o número de adeptos do Partido Nazista. Hitler iniciou então uma revolução em Munique, mas fracassou, e ficou preso por alguns meses. Ele afirmava que os lemas eram superiores em termos raciais, e que o nazismo deveria conduzir o mundo.
Pregava a necessidade de se manter a pureza da raça ariana, eliminando de se manter a pureza da raça ariana, eliminando os judeus da Alemanha. Os judeus eram acusados de capitalistas, que enfraqueciam a Alemanha.
Quando Hitler chegou a poder, utilizou-se de suas tropas de choque para se livrar de adversários políticos. E em 1932 elegeu 230 deputados de seu partido. Em 1934, morreu o presidente alemão. Hitler, que assumiria em 1933 como primeiro-ministro, impôs uma ditadura violenta.
Pessoas de destaque da oposição foram enviadas para campos de concentração. Todos os estados ficaram centralizados pelas ordens de Hitler. Os judeus perderam a cidadania e passaram a ser perseguidos. Todos eram obrigados a exercer a doutrina nazista.
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